Estive no Fórum sobre Educação a Distância que eu divulguei no meu blog e fiz algumas anotações sobre as palestras, que irei compartilhar com vocês.
O que não gostei do fórum foi que eu esperava uma palestra do Fredrick Litto, mas, na verdade, ele foi apenas organizador do evento e mediador da mesa-redonda, dando a palavra aos palestrantes. Ele começou falando um pouco a respeito da falta de senso de autoridade dos alunos, afirmando que atualmente a fonte da internet é mais confiável que outras para o aluno.
A Construção da Identidade do Universitário e seu impacto na sua imagem - Teresa Helena
A palestrante afirma que, para que o aluno construa sua identidade, é necessário:
- Visão integrada de suas aptidões e capacidades
- Participaçào em diferentes tipos de atividades;
- Conhecimento a respeito de si;
- Confirmação de suas aspirações;
- Diferentes experiências sociais.
(Erikson, 1972)
Ela afirma que a personalidade do aluno vai continuar em desenvolvimento. Não acaba quando entra na universidade e que essa fase é a da crise ou exploração (período de tomada de decisão, de escolha.
Teresa Helena fala também a respeito do Ciclo Mama, afirmando que primeiro há a fase de moratória (fase de decisão) e depois vem a identidade estabelecida. Quando entramos na Universidade, entramos novamente em moratória, pois descobrimos as várias áreas de atuação de nossa profissão e entramos na fase de decisão novamente.
O Pré-fechamento ou difusão de identidade ocasiona: insucesso acadêmico; desistência; desmotivação; desinteresse; dificuldade em se adaptar à universidade; dificuldades para gerir sua aprendizagem; fraca relação com os docentes e discentes.
A aprendizagem também se dá no coletivo e os alunos com difusão de identidade muitas vezes não se colocam .
O adolescente pensa que só pode fazer uma faculdade, que não pode mudar de opção. Tem mais mulheres alunas do que homens como alunos e há mais professores homens que mulheres.
Efeito Ensino Superior: desenvolvimento moral; independência pessoal.
A universidade é um período propício ao desenvolvimento pessoal.
Estudante universitário contemporâneo: aspectos psicológicos, culturais e sociais –
Maria Cristina
A palestrante inicia realizando os seguintes questionamentos: Como o universitário percebe essa globalização atual? Quem é o nosso jovem? O que ele espera da sua formação?
Ela responde dizendo que eles esperam ser realmente um profissional, ser crítico, mas os alunos ficam desgastados e tornam o processo de aprendizagem solitário.
Os jovens quase não lêem, tm dificuldade para a produção, tem uma linguagem empobrecida, não tem leitura crítica, escrita organizada, mas eles se comunicam, tem muito conteúdo e profundidade com as informações, com a tecnologia. O aluno escuta e reproduz.
Isso é um problema que veio do início da vida escolar dos estudantes e que a gente tenta solucionar agora. Temos que mudar mudando primeiro o professor. Tem muitos que não realizam muitas leituras.
Perfil universitário: desenvolvimento e habilidades; potencial para aprender; conhecimento; história.Fatores esxtraescolares: cultura; família, sociedade, meios e suportes.
Os fatores extraescolares tem sido mais relevantes.
Cristina.joly@saofransisco.edu.br
Uso de fontes de informação pelos universitários – Murilo Cunha
Biblioteca: auto-atendimento, tendendo para a auto-suficiência; satisfação; integração.
A interatividade social nas bibliotecas está deixando de existir.
Efeito Amazoogle: completo, acessível, satisfação imediata.
O palestrante falou a respeito do problema do plágio na universidade, da proliferação do aprendizado eletrônico e da mudança do padrão de pesquisa e aprendizagem (e-science).
Dificuldades das bibliotecas: falta de recurso humano, adaptar às necessidades dos usuários. Hoje temos bibliotecas híbridas.
Murilo Cunha disse que os documentos dos escritores de antigamente estão preservados e levantou a questão de como preservar os documentos dos escritores de hoje.
Acesso igualitário: hoje podemos ter acesso a qualquer biblioteca do mundo que esteja disponibilizada na internet; gestão da informação e do conhecimento.
Padrão dominante: redução do acesso guiado ao conteúdo; desagregação e deslocamento (estamos usando agora capítulos de livros, ao invés do livro inteiro. Estamos na era capitular??); colaboração e contexto.
O palestrante afirmou também que se tornou mais fácil a conexão das pessoas, tecnologias e economias e muitos usuários não querem mais as fontes impressas.
Planejamento e Organização de cursos a distância online – Wilson Azevedo
- Bom senso aplicado. As pessoas perdem facilmente o bom senso com a tecnologia, se matriculando em vários cursos apenas para obter certificado.
- Identificação de objetivos – com eles, você sabe qual será o tipo de aprendizagem.
,uitas pessoas dizem: "Quando eu for professor, jamais farei isso ou aquilo". Mas como fazer, vai descobrindo com o tempo.
Wilson Azevedo falou sobre a Teoria do balde, que muitos professores utilizam, em que o aluno é um balde vazio que o professor vai jogando coisa. Aí no dia da prova o professor vê o que continuou no balde e o que evaporou.
- Identificação de público-alvo – o perfil do aluno vai mudando ao longo do tempo, é mutável. Você pode levantar alguns focos de interesse dos alunos.
- Definição do modelo do curso online (Mason) conteúdo + suporte – Se você adota um modelo e fica restrito a ele, você fica preso. Se já existem modelos, porquê pensar o que vou fazer? É só escolher o que achar melhor.
Azevedo afirmou que os cursos online começaram com a Open University, em 1975. Depois dos anos 90, já existiam vários cursos online.
Ele indicou o livro "Didática no ensino a distância" e falou um pouco sobre a Radiofoto, que é o rádio na TV.
- Modelo “Wrap-around” – você tem um material didático e interação entre professor e aluno de forma coletiva em volta desse conteúdo.
- Modelo integrado – o tempo do aluno inverte aqui. Passa 10% do tempo lendo o conteúdo e o resto interagindo com os colegas.
- Quantificação de tempo – EaD é educação sem aula, mas o tempo pode ser quantificado. Quantificar o tempo em cursos online é quantificar a leitura e a escrita. Como não há aula, nós ganhamos nisso, pois cada um faz em seu ritmo.
- Nos cursos presenciais, não usamos somente o tempo de sala de aula, pois há o tempo de deslocamento para a sala de aula, o tempo de leitura e de realização de trabalhos fora de sala de aula.
Estão criando variações dialetais na escrita do português com o uso das redes de comunicação, como MSN e Orkut.
- Organização de um programa/cronograma – organizar um programa é selecionar, é ver o que eu posso deixar de fora e deixá-los como complementar, para quem queira se aprofundar.
O palestrante sugeriu que a programação do curso seja semanal, para que o aluno possa se organizar. Disse que pode ser com mais dias, mas no mínimo semanal.
- Definição de material didático – você pode utilizar material pré-existente, biblioteca virtual. Há a Biblioteca 2.0.
Ele sugeriu como local de pesquisa o site: www.pastadoprofessor.com.br
- Preparação da avaliação – rubrica de avaliação (critérios para a avaliação dos alunos): graduar, dar um valor a cada tipo de participação nos fóruns.
- Relatório de Aprendizagem - Ele sugere que os alunos realizem uma Autoavaliação, dizendo o que ele tem que aprender mais.
- Portifólio – são as atividades que ele participou durante o curso.
Não precisa ficar preso à prova e à avaliação.
- Preparação do ambiente
-Chat - Ele sugere o Grupos.im
Wilson Avevedo não gosta do Moodle, prefere o Mash-up. Ele disse que com o Mash-up, perde-se totalmente o controle do aluno, o que o palestrante acha bom.
Aquifolium educacional – www.aquifolium.com.br
EaD – Processo educativo organizado e sistematizado, no qual a relação professor-aluno se dá de maneira mediatizada.
Características:
- Distância
- Materiais didáticos auto-instrucionais
- Flexibilidade
- Modalidades: assíncrona x síncrona
- Foco na aprendizagem do aluno. O aluno é responsável por sua aprendizagem. É ele quem administra em que momento vai acessar o material de leitura, quando irá realizar as atividades, etc.
- Interatividade.
- Conversação dialógica guiada. O aluno dialoga com os textos colocados no curso, com as imagens, com o tutor, monitor, com as mensagens enviadas, etc.
O aluno deve ter disciplina para poder guiar seu tempo durante o curso.
Papel do tutor: mediador pedagógico. Tem o papel de apoiar, tirar as dúvidas, animá-lo.
Vantagens da EaD:
- Elimina ou reduz as barreiras de acesso aos cursos;
- Atende ao ritmo e tempo próprio dos alunos;
- Atende ao perfil atual dos jovens “nativos digitais”;
- Integra pessoas distantes geograficamente;
- Construção de comunidades virtuais.
Maria Helena afirma que daqui a algum tempo, não teremos mais caderno em sala de aula. Os alunos irão fazer as anotações em seus computadores. Ela diz que é mais trabalhoso trabalhar a distância do que no virtual.
Desvantagens da EaD:
- Maior dedicação do professor;
- Perca do aspecto social do aprendizado;
- Sentimento de isolamento;
- Dificuldade de leitura e interpretação de texto;
- Dificuldade para usar a tecnologia.
Ela diz que é através do outro que eu me reconheço como ser e que eu me reconheço. Então, a interação social é importantíssima.
Um conceito usado por Vygotsky é a mediação. É através dela que internalizamos o nosso conhecimento.
Construtivismo: O aluno constrói seu conhecimento através da interação com colegas e professor/tutor. O professor deve propor problemas e desafios, abandonando a atitude de conferencista.
E-mail: mhcunha@ucb.br
“Ensinar exige querer bem aos educandos’’ (Paulo Freire, 1998)
Carmem Prata
A palestrante Carmem Prata falou a respeito de um repositório de conteúdo online que possui vídeos, animações, imagens, áudio, cursos públicos, etc. Estes passam por 2 comitês de avaliação, para que sejam disponibilizados no site. O Banco possui 10.020 objetos publicados.
O repositório pode ser acessado pelo seguinte link: www.repositoriopublico.mec
Carmem Prata falou também a respeito do funcionamento do Portal do Professor (www.portaldoprofessor.mec.gov.br), apresentando as ferramentas disponíveis e a utilidade do site para os educadores.
- O Portal do Professor possui uma rápida localização dos conteúdos.
- Quando o professor aprende bem alguma coisa, ele aplica isso na sala de aula. Mas quando enchem o professor de informação, não entra nem no nível de memorização e ele não consegue transmitir aos alunos.
- O professor deve acompanhar o desenvolvimento do aluno. Como isso não acontece na prática com os alunos de curso superior, estes não irão aplicar com seus alunos posteriormente.
- Com o Portal do Professor, é possível saber qual a metodologia utilizada pelos professores de todo o Brasil para trabalhar determinado tema.
- Em algumas sugestões de aula, fica visível a falta de informação do professor.
E-mail: carmemprata@mec.gov.br
É isso, pessoal! Espero que agregue algum conhecimento a vocês!
Abraços,
Aline Moser